Com audácia, a menina rastejava
O trono vazio a acolhia
E a pequena, de joelhos, declamava
Ao submundo, um poema que dizia:
Conhecemos o frio das correntes
O calor das velas, o fogo das mentes
Afiadores de faca, artistas das cordas
Artesãos da coleira e da alma
Nós descemos mais baixo
Até o escuro dos Dungeons
E subimos mais alto
(suspensos pés que voam)
Assistimos à dança dos gemidos
E sabemos
Qual o de medo, qual o de ânsia
Qual o de dor, qual o de gozo
Valorizamos a Lágrima tanto quanto o Riso
Conhecemos todo o tom de roxo
Não tememos os grilhões, Aceitamos a algema
Sabemos couro pelo som, sabemos aço pelo gosto
Nossas cartas de amor são escritas nos corpos,
Peritos da carne transpassada
Mãos que batem e acariciam...
Lábios que gemem e que beijam!
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